23.3.14

2ª Edição: 1 Tema, 3 Coordenadas, 1 Posição (34)

As escolhas de:
Jorge Teixeira e Pedro Teixeira, autores deste blogue Caminho Largo

Os 3 melhores filmes sobre a Coragem:
La Passion de Jeanne d'Arc (1928)
A Paixão de Joana d'Arc, Carl Theodor Dreyer

Le Salaire de la Peur (1953)
O Salário do Medo, Henri-Georges Clouzot

Braveheart (1995)
O Desafio do Guerreiro, Mel Gibson

O melhor realizador a explorar a Coragem:
Roberto Rossellini (1906–1977)
"I do not want to make beautiful films, I want to make useful films."

Concorda / Identifica-se com estas Posições?

7 comentários:

  1. Isto é o que se chama de fechar em grande :) Parabéns pela iniciativa, teve uma enorme participação!

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  2. Sim a Joana D'Arc é uma tremenda prova de coragem e em absoluta concordância com a escolha do Braveheart.
    Iniciativa que fecha em chave de ouro.
    Well done!

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  3. Boa iniciativa com cada vez mais participantes :)
    Gostei das escolhas

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  4. Antes de mais, umas pequenas grandes palavras sobre as nossas escolhas:

    La Passion de Jeanne d'Arc - será sempre pouco o que possamos falar sobre este filme, e sobre o que Dreyer original e autenticamente aqui fabricou. Entre a genialidade da câmara e da construção e planificação dos planos à entrega e cedência da actriz principal e da sua respectiva personagem, está o grande trunfo do filme, ou da obra-prima que chegou e chega até hoje. A coragem, essa está bem presente, será inclusive uma das pedras fulcrais de toda a longa-metragem, dos eternos e angustiantes close-ups aos tristes e revolucionários campos afastados da acção e da realidade, esta que é intrinsecamente tão ou mais sufocante. Um filme que, acima de tudo, revela a coragem enquanto estado de espírito e enquanto estado impulsionador do indivíduo, da mulher e da própria auto-sobrevivência, do próprio instinto e humanidade. Mais sobre o filme, ou melhor, sobre um aspecto do mesmo (a interpretação implícita) aqui: http://caminholargo.blogspot.pt/2013/06/joana-darc-por-maria-falconetti.html

    Le Salaire de la Peur - talvez o filme menos conhecido desta selecção, mas comparativamente o mais consensual nestas escolhas. Diria que este é um filme sobre a coragem, pura e dura, sem artifícios e sem embelezamentos. Homens que levam a seu cargo, numa missão, uma autêntica "bomba relógio" que a qualquer momento pode rebentar, literalmente, nas suas mãos e nas suas consciências, é dizer muito, é, aliás, dizer tudo. Consciências estas que se livrarão sempre, contudo, da dúvida pela determinação que foi preciso alcançar para tamanho feito e demanda colectiva, onde a liberdade existe e o acto não é limitado ou imposto, antes escolhido e, portanto, de carácter corajoso. Brilhante filme e brilhante forma de passar este valor que aqui analisamos. Um tremendo exemplo para todos e para cada um, onde a realidade é bem mais do que visível, é tão somente sentida constantemente e, por isso, mais que assimilada e interiorizada.

    (continua)

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  5. Braveheart - já muito se falou, nesta iniciativa, deste filme, mas esse facto não nos poderia afastar da escolha por esta extraordinária obra de Mel Gibson, especialmente se atendermos ao tema aqui em destaque e da forma como este é tratado ao longo do enredo. Se há filme que se apropria do conceito de coragem para se definir ou, enfim, para se transcender (quiçá se exceder), esse é Braveheart. Nunca a coragem nos emocionou tanto, nos uniu tanto e nos completou tanto. Filme de uma vida (e possivelmente aqui de toldada preferência). E dizer mais, será sempre pouco. É assistir ao filme, uma e outra vez, para constatar e vivenciar tudo isso.

    Roberto Rossellini - realizador associado inevitável e essencialmente ao neo-realismo italiano, movimento que revolucionou e impulsionou o cinema como poucos o conseguiram. Movimento que inclusive motivou a Nouvelle Vague, esta que já nutre mais popularidade ou mais notoriedade (legitima ou não). O certo é que para se envolver e para alimentar todo esse neo-realismo o cineasta italiano necessitou, não raras vezes, de coragem, demasiada até, na medida em que o mesmo se assenta na espontaneidade e na escassez de recursos, de meios e de "renúncia" à forma de estar no cinema de então. Filmar amadores em vez de actores profissionais, filmar na rua em detrimento dos estúdios, filmar fixa e justamente ao invés de florear, artisticamente ou não, artificialmente ou não, o real e/ou o impossível, revela, no mínimo, arrojo, atrevimento e força maior em mudar, em influenciar e em amar uma arte. Os filmes que resultam depois de todo este conceito, de todo este processo e de toda esta mecânica são verdadeiros retratos de uma sociedade frágil e solidária em partilhar as suas histórias, os seus percursos e os seus actos de coragem. De tudo o que conhecemos, ou de todos os autores que nos debruçamos até hoje, pouco ou nada se relacionou tanto com a coragem, interior e exteriormente ao objecto, como Roberto Rossellini. Alguém já dizia: todos somos filhos de Rossellini. Cada vez mais, percebemos isso.

    Cumprimentos,
    Jorge Teixeira
    Caminho Largo

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  6. FREDERICO DANIEL, Como eu te percebo :). Aconselho-te, como é óbvio, os outros dois filmes e a descoberta do realizador.

    O NARRADOR SUBJECTIVO, Obrigado. Estas escolhas reflectem, acima de tudo, as nossas preferências de momento sobre o tema, se as mesmas depois agradam a outros, melhor ainda. Ficamos muito contentes :)

    ARM PAULO FER, Obrigado pelas palavras. Sim, o filme de Dreyer e de Gibson até que têm similaridades, nem que seja pelo tema aqui em destaque.

    ANA S., É um orgulho e uma satisfação enorme esta edição ter tido mais participantes, ainda que por mais poucos que fossem, seriam sempre de extremo valor :). Obrigado pelo comentário.

    Cumprimentos,
    Jorge Teixeira
    Caminho Largo

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