17.2.14

2ª Edição: 1 Tema, 3 Coordenadas, 1 Posição (2)

As escolhas de:
João Curado, autor do blogue Quero Ver 1 Filme

Os 3 filmes que melhor transmitem a Coragem:
Scarface (1983)
A Força do Poder, Brian De Palma

La Vita è Bella (1997)
A Vida é Bela, Roberto Benigni

Finding Nemo (2003)
À Procura de Nemo, Andrew Stanton e Lee Unkrich

O realizador que melhor exprime a Coragem:
Steven Spielberg
"You know, I don't really do that much looking inside me when I'm working on a project. Whatever I am becomes what that film is. But I change; you change."

As escolhas de:
Rui Alves de Sousa, autor do blogue Companhia das Amêndoas 
e colaborador no site Espalha Factos

Os 3 filmes que melhor revelam a Coragem:
Mr. Smith Goes to Washington (1939)
Peço a Palavra, Frank Capra

Les Quatre Cents Coups (1959)
Os Quatrocentos Golpes, François Truffaut

Inherit the Wind (1960)
Stanley Kramer

O realizador que melhor filma a Coragem:
Sidney Lumet
"I don't think art changes anything. I do it because I like it and it's a wonderful way to spend your life."

Obrigado, João e Rui, pelas participações.
Concorda / Identifica-se com estas Posições?

14 comentários:

  1. Das primeiras escolhas concordo plenamente com o "Finding Nemo", nem me lembrei do filme mas faz todo o sentido.
    Das segundas escolhas não me identifico com nenhuma, também por não ter visto nenhum desses filmes e do realizador só vi um filme.

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  2. Mais uma vez, obrigado pelo convite, ao qual respondi com a maior alegria cinéfila.

    Falar de Coragem no Cinema é percebermos um dos temas mais fortes da Sétima Arte e, principalmente, do Cinema Americano, com todas aquelas grandes histórias (muitas a virar para o lamechas) em que os heróis, devido aos seus atos loucos e grandiosos, tornam-se o exemplo para os espectadores. Mas a Coragem pode ser de vários tipos: política, artística, social...

    As minhas três escolhas reflectem esses 3 tipos de coragem que exemplifiquei, e que foi o trio de filmes que me veio logo à cabeça enquanto estava a escrever a resposta para o Caminho Largo.

    1. - «Mr. Smith Goes to Washington» é um dos maiores gritos de revolta ao sistema burocrático que domina a política de todo o Mundo. E note-se, o filme é de finais dos anos 30 e foi apelidado na altura de "comunista"... contudo, isso foram apenas as más línguas a quererem desculpar-se pelo facto de se sentirem incomodadas pela atitude da personagem de James Stewart, um peixe pequeno que tenta não ser comido pelos grandes chefes dos partidos que o rodeiam, e que apenas pretende impor a sua minúscula ideia numa estrutura hierárquica tão forte e aparentemente tão intransponível. É um daqueles filmes que nos faz querer mudar o Mundo, quando acabamos de o ver, porque nos sentimos sensibilizados com a coragem de Jefferson Smith em tentar enfrentar aquelas pessoas.

    2. - «Les 400 Coups» - exemplo de coragem artística. François Truffaut filmou esta narrativa pseudo-autobiográfica, filme que deu origem à sua mais famosa personagem, Antoine Doinel (que percorreria muitos outros filmes), e que se alia à rebeldia do jovem rapaz, que quer fugir da situação em que se encontra, com uma nova forma de se fazer Cinema, com a Nouvelle Vague a começar a popularizar e a renovar a Sétima Arte francesa. Aqui, é a coragem que movimenta Truffaut, e seus outros compinchas, a quererem mudar os paradigmas da Arte.

    3. - «Inherit the Wind» - não é um filme tão falado mas merece ser visto. Stanley Kramer assinou diversas fitas sociais e que apelam a uma mudança de mentalidades dos americanos, numa época em que poucos arriscavam combater o sistema de Censura do Cinema dos EUA, e onde ainda menos saíam vencedores. Kramer foi, felizmente, um deles. E este filme é o confronto entre fanatismo e Ciência, entre bom senso e irracionalidade, a partir de uma história verídica sobre uma problemática que continua a marcar os nossos dias. É um ato de coragem porque foi um filme arriscado... mas que, para gáudio da minha pessoa e de muitos fãs, ficou para a História.

    Cumprimentos,

    Rui Alves de Sousa

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  3. Ah, e o realizador, Sidney Lumet, porque é um dos maiores contadores de histórias sobre a sociedade americana, inventando e reinventando o imaginário da cultura do país e das suas várias particularidades, na justiça, na Lei, na vida e no Crime - exemplos como «Serpico», «Dog Day Afternoon» e «Antes que o Diabo Saiba que Morreste» são essenciais.

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  4. Sidney Lumet - excelente escolha. Para além desses, há que relembrar o The Hill, Equus e The Pawnbroker, que para mim estão ao mesmo nível dum Serpico ou 12 Angry Men.

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  5. Não conhecia o primeiro blogue. E esse é precisamente um dos principais motivos pelos quais adoro esta iniciativa, por me dar a conhecer outros pontos de paragem desta extensa comunidade.
    Não vi todos desta lista mas no geral são boas escolhas. Também tinha o "La Vita è Bella" na lista que escrevinhei inicialmente. E o Steven Spielberg também me passou pela cabeça assim que me deparei com o tema. Mas já o tinha escolhido na edição anterior. Parece que o raio do homem se encaixa em qualquer lado, tal a universalidade dos temas que aborda.

    Cumprimentos,
    Rafael Santos
    Memento mori

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  6. Obrigado pelo convite e escolha para colaborar na iniciativa. É um prazer fazer parte desta comunidade e partilhar ideias num dos mais bem conseguidos espaços cinéfilos que conheço. Passando às minhas justificações.

    Scarface: Das minhas escolhas será talvez aquela que cause mais duvida, transtorno, incompreensão. Fi-la porque para mim, para além de demonstrar muito mais, Tony Montana é uma das personagens mais carregadas de coragem que vi no mundo do cinema. É possível associá-lo a outras características bem mais depreciativas, mas eu gosto de realçar a coragem da personagem como uma das coisas verdadeiramente apaixonantes no seu carácter (sendo que existe algum). O homem que emigra para o outro mundo, traça o seu caminho até ao topo, encara a morte com a maior frieza possível, não sente medo ou inferioridade perante ninguém. “I never fucked anybody over in my life didn't have it coming to them. You got that? All I have in this world is my balls and my word and I don't break them for no one. Do you understand? That piece of shit up there, I never liked him, I never trusted him. For all I know he had me set up and had my friend Angel Fernandez killed. But that's history. I'm here, he's not. Do you wanna go on with me, you say it. You don't, then you make a move.”

    La Vita è Bella: Um dos filmes mais tenros e sentimentais que vi. Um dos que me faz deitar uma lágrima cada vez que vejo. Ao primeiro olhar diria que a palavra que melhor define a obra seria o amor, mas o sentimento mais indissociável do amor, acredito, ser a coragem. La Vita è Bella representa a coragem cega do amor, de amar, ser amado e enfrentar o universo em prol daqueles que amamos. “This is my story. This is the sacrifice my father made. This was his gift to me.”

    Finding Nemo: De todos, o primeiro filme que me veio à memória, possivelmente culpa da minha ainda pouca cultura cinematográfica, mas foi aquele que senti verdadeiramente representar o tema. A história de Marlin, um pequeno peixe palhaço traumatizado que vive a sua vida segura e enclausurada nos limites do um pequeno recife no meio do maior oceano do planeta, que parte à procura do seu filho desaparecido e enfrenta a imensidão azul desconhecida. Tubarões, gaivotas, baleias, alforrecas, monstros das profundezas e ser humano, alguns dos perigos que Marlin enfrenta na sua viagem. Isto imaginado e posto em forma física humana, penso que seria comparável a tentar atravessar a sibéria a pé e de noite. “Just keep swimming”

    Steven Spielberg: Oh Spielberg, o mundo de emoções que já me fizeste sentir! O homem da coragem pelos projectos que abraça, numa roleta de versatilidade impressionante. Tantos são os filmes que podemos enumerar na sua obra: Empire of The Sun (1987) , Raiders of The Lost Ark (1981), E.T (1982), Schindler’s List (1993), Jaws (1975), A.I (2001)… podia continuar. Importa referir que, embora possa não ser o elemento mais identificável na sua obra, é indiscutivelmente um que está presente em cada um dos seu filmes, qualquer que seja a forma tomada.

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  7. Escolhas interessantes e como sempre, é bom conhecer novos blogs de cinema :)

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  8. A vida é Bela, lindo filme e que retrata tão bem a coragem.

    Genial a escolha de Finding Nemo:)

    é grande este blogger.

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  9. Obrigado pela partilha de feedback e ainda bem que se identificam com as escolhas!
    Quanto às escolhas de Rui Alves de Sousa, confesso apenas ter visto um até momento. De qualquer forma é uma muito boa escolha e identifico-me com a obra.

    Continuação de uma boa iniciativa!
    Cumprimentos,
    João Curado

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  10. Excelente escolha a primeira ! Concordo a 100% com os filmes escolhidos, bem como o realizador . Em relação às escolhas do segundo autor não posso tecer grandes comentários , pois, para grande incompetência da minha parte , não vi nenhum dos filmes ... Mas parabéns pela iniciativa ! Dois blogs que passarei a acompanhar regularmente !

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  11. Escolha curiosa a do Rui no filme «Inherit the Wind», de facto o tema do criacionismo foi cientificamente impactante no início da segunda metade do século XX. Apesar de um título interessante, não teve o relevo social da obra do Capra. Surpreendeu-me a escolha do Sidney Lumet, um dos maiores realizadores a desconstruir a sociedade norte americana e os reflexos psicológicos do coletivo (cultura) no indivíduo.
    Penso que as escolhas do João foram demasiado literais e podiam ter circunscrito uma dimensão fílmica um pouco maior.

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  12. Este é um tema absolutamente subjectivo e nestes, como em todos os filmes, cada pessoa os vê e interpreta de uma forma diferente. E no fundo é isso que os torna interessantes.
    Dito isto, concordo plenamente com as escolhas e com o motivo pela qual as apresentaram (segundo os comentários). A mim toca-me, especialmente, o La Vita è Bella. É sem dúvida um dos filmes mais bonitos que já vi e que retrata tão bem tanto a coragem como o amor.

    Boas escolhas. E mais blogs para eu seguir.

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  13. Demasiado literais? dimensão fílmica um pouco maior? é espectacular quando alguém, por escolher obras do mainstream, tem pouca visão ou "dimensão fílmica".
    A verdade é que as minhas escolhas tiveram reflexo positivo em alguém e houve quem se identificasse com elas. Talvez por serem obras bastante conhecidas e que tocaram os espectadores. Foi-me convidado participar com escolhas de filmes que demonstrassem coragem, sob qualquer que fosse a sua forma. Foi isso que fiz. Escolhi aquelas que primeiro me vieram à cabeça e não tive de pensar muito no assunto, felizmente, o que demonstra o impacto que tiveram em mim.
    Se a "dimensão fílmica" é grande o suficiente... who cares?
    estamos "só" a falar de coragem e felizmente há inúmeros participantes nesta bela iniciativa.

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  14. FREDERICO DANIEL, Também concordo com Finding Nemo, belíssimo filme, no qual a coragem é um tema mais que presente. No geral, parecem-me as duas escolhas exemplares, ambas condizentes com o tema aqui em destaque.

    RUI ALVES DE SOUSA, Obrigado nós, a alegria é toda nossa por participares, mais uma vez, nesta iniciativa :). A coragem é, sem dúvida, um dos temas mais queridos do Cinema, de acordo, sobretudo nos Épicos, nos filmes de Guerra, de Fantasia e no Cinema Americano, pois claro, o meio por excelência para estas histórias. Embora existam, claro, outros mundos e outras dimensões, e a abordagem depois parte sempre do que cada um revê com o tema em foco. Das tuas escolhas e das tuas justificações, assim de repente, nada a dizer, resumes bem aquilo que penso quando associo os filmes ao tema, sobretudo o Mr. Smith Goes to Washington, tremendo exemplo aqui, e o realizador Lumet, cineasta que nos habituou, desde cedo, às suas visões políticas, sociais e emocionais.

    O NARRADOR SUBJECTIVO, Sidney Lumet foi uma grande escolha dentro do tema Coragem, totalmente de acordo, facto que 12 Angry Men ou Serpico, para não ir mais longe, bem o evidenciam.

    RAFAEL SANTOS, Esta iniciativa também serve para isso mesmo, dar a conhecer outros espaços desta vasta e diversificada Internet. Fico bastante contente quando isso acontece. Quanto às escolhas, La Vita è Bella é enorme, essencial para este ou para outros temas, de resto tenho uma predilecção por este filme, por isso sou suspeito eheh. E Spielberg de facto encaixa-se em qualquer lado, não fosse a versatilidade uma das suas características enquanto realizador e produtor.

    QUERO VER 1 FILME, Muito obrigado nós pela participação e pelas simpáticas palavras. Ficamos sempre muito contentes com este tipo de feedback, o que só nos impulsiona a continuar :). Em relação às tuas escolhas e às respectivas justificações, gostei bastante, seja por considerar os três filmes e o realizador exímios exemplos dentro deste tema (estou em sintonia especialmente com o Finding Nemo e o La Vita è Bella), seja por me identificar com a postura que demonstras perante o Cinema, e ainda que estejamos constantemente a evoluir, a ver mais filmes e a conhecer outros horizontes.

    ANA S., Também as achei interessantes.

    RITA, Também acho A Vida é Bela e o Finding Nemo filmes absolutamente deliciosos e em grande parte totalmente enquadrados neste tema, de acordo.

    MANUEL COSTA PORTELA, Obrigado. Sim grandes selecções estas, sendo que te aconselho então a veres os filmes referenciados pelo Rui, mais que obrigatórios :)

    TIAGO VITÓRIA, Não penso, por acaso, que as escolhas do João tenham sido demasiado literais, serão talvez um pouco imediatas e mais populares, mas isso não invalida os filmes que são e os sentimentos que provocam, aqui em total sintonia com o tema visado. Compreendo-te, mas não concordo, ainda que tente sempre influenciar para que se veja mais cinema fora da actualidade das últimas décadas ou fora do circuito americano. De resto, também acho a escolha pelo Sidney Lumet enorme.

    INÊS CEREJA, Sem dúvida, muito do interesse nestas iniciativas está na surpresa e na variedade de escolhas por parte de cada pessoa. Tal como tu, também adoro o La Vita è Bella. E é um prazer divulgar mais blogues a esta comunidade.

    Cumprimentos,
    Jorge Teixeira
    Caminho Largo

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