21.3.14

2ª Edição: 1 Tema, 3 Coordenadas, 1 Posição (32)

As escolhas de:
André Vieira, autor no blogue Cultures are not opinions
e colaborador no site Espalha Factos

Os 3 filmes que melhor transmitem a Coragem:
12 Angry Men (1957)
Doze Homens em Fúria, Sidney Lumet

Aliens (1986)
Aliens: O Reencontro Final, James Cameron

Into the Wild (2007)
O Lado Selvagem, Sean Penn

O realizador que melhor exprime a Coragem:
Clint Eastwood
"Drama usually has some sort of intense conflict."

As escolhas de:
Inês Cereja, autora no blogue Cultures are not opinions

Os 3 filmes que melhor revelam a Coragem:
American History X (1998)
América Proibida, Tony Kaye

Million Dollar Baby (2004)
Million Dollar Baby - Sonhos Vencidos, Clint Eastwood

The Pursuit of Happyness (2006)
Em Busca da Felicidade, Gabriele Muccino

O realizador que melhor filma a Coragem:
Clint Eastwood
"I keep working because I learn something new all the time."

Obrigado, André e Inês, pelas participações.
Concorda / Identifica-se com estas Posições?

6 comentários:

  1. Concordo com a maior parte das escolhas, principalmente com o "American History X" que adorei...

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  2. Desde já, muito obrigada pelo post com as nossas escolhas, tanto minhas como do André Vieira.
    Eu sei que estes são filmes relativamente comerciais e encontrados com alguma facilidade, mas não devem, por isso, ser deixados de parte.

    Começando pelo American History X: este filme não só demonstra coragem pela narrativa, como por parte do realizador (Tony Kaye). É sempre complicado abordar temas como o racismo e o nazismo sem cair na repetição das centenas de narrativas que já conhecemos ou sem, pura e simplesmente, acabar por apostar na violência fácil e desprovida de intenção, caindo no ridículo. Este filme tem a dose ideal de violência e tudo é intencional. O realizador não teve medo de apostar na agressividade tanto física como psicológica, com as cenas de agressividade física gráfica, violação e linguagem forte.
    Ao longo do filme somos confrontados com as várias perspectivas pró e contra o racismo/nazismo e como a nossa perspectiva, por muito enraizada, pode mesmo mudar. Para que a nossa perspectiva mude e para que nós mesmo mudemos, é necessária muita coragem e muita determinação. É isso que revemos em Derek (Edward Norton) enquanto, ao longo do filme, nos vão sendo intercalados flashbacks do seu passado violento, com a sua recente determinação em afastar o irmão mais novo das ideologias que ele mesmo defendia. É necessária uma certa humildade por parte de Derek e, sem dúvida, coragem, para o fazer. Mas isto pode vir a provar-se demasiado pouco, demasiado tarde… Deixo a vós as conclusões.

    Em relação ao Million Dollar Baby: antes de mais, tenho que admitir que a eutanásia é um tema que sempre me interessou e gosto bastante de ver filmes com esse mesmo tema. Também gostei bastante do tão aclamado Mar Adentro e também teria sido um bom filme para representar coragem. No tentanto, o Million Dollar Baby vai muito além disso. Este filme é realmente bonito e transmite amor, coragem, determinação e perseverança. Todos os personagens principais demonstram, à sua maneira, uma grande coragem. Temos, por um lado, Maggie (Hilary Swank), que faz parte de uma família sem grandes posses e sem grandes objectivos, já demasiado velha para começar a combater aos 31 anos, sem técnicas de boxe, mas que mesmo assim, determinada, consegue convencer Frankie (Clint Eastwood) a treiná-la. Durante o processo tanto de aceitação por parte do seu treinador, como de treino, ou mais tarde, de combate, é apenas coragem e determinação que retiramos de Maggie.
    É também coragem que revemos em Frankie, um treinador veterano que tem pouco para mostrar da sua carreira como treinador, apesar do seu grande valor e peso. Que acaba por ser abandonado pelo seu último “projecto”, depois de o treinar até este estar pronto para ser campeão. É um bom homem e, apesar de carrancudo, só demonstra amor por Maggie, tratando-a como uma filha.
    Estes acontecimentos são aleados a pequenos episódios, um pouco por todo o filme, de onde retiramos coragem, uma e outra vez. No final, são os dois - juntos - a demonstrar este sentimento, quando Maggie se lesiona, ficando tetraplégica e pedido ao seu treinador que termine a sua vida.

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  3. E finalmente: The Pursuit of Happyness. Este filme pode não parecer ter, à partida, o peso dos outros dois. Mas também o achei extremamente relevante. Nesta narrativa somos confrontados com um pai desempregado, desesperado por pagar as contas ter um tecto sob o qual dormir com o seu filho. É uma luta pela sobrevivência, frustrante, e corajosa. Chris Gardner (um papel que Will Smith tão bem desempenha) é um personagem extremamente inteligente e que não se deixa abater pelos inúmeros contratempos que enfrenta – demonstrando, novamente, extrema coragem na luta por si e pelo seu filho.
    Não só acaba por sobreviver, como por ultrapassar a sua fase negativa, conseguindo um estágio que resulta mais tarde num bom emprego. São, no entanto, muitas as ocasiões em que o desespero poderia ser determinante. É interessante e mesmo comovente, perceber como são sempre a coragem e a determinação, os valores que guiam a sua demanda. Muito bom filme, com uma excelente mensagem, e uma grande história de vida.


    Para finalizar, Clint Eastwood dispensa apresentações. É suficiente referir que três de nós o escolheram como o realizador para representar coragem. Basta olharmos para uma muito pequena parte do seu repertório como realizador: Gran Torino, Cartas de Iwo Jima, Million Dollar Baby, Mystic River, Imperdoável… E a lista continua. Este é um excelente realizador por imensos motivos, mas neste caso aponto a sua capacidade para acentuar as emoções que pretende transmitir e para lhes dar vida, obrigando-nos a senti-las, estando a coragem sempre entre elas.

    Mais uma vez muito obrigada.

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  4. Boa noite. Antes de mais, queria agradecer imenso pela oportunidade de participar nesta rubrica.

    Não foi fácil escolher apenas três filmes. Esta pequena lista levou bastantes alterações e mesmo assim ainda fico a pensar se deveria ter colocado este ou aquele filme. Mas vamos às escolhas:

    12 Angry Men - Simplesmente um dos melhores filmes que já vi. O filme demonstra como apenas uma pessoa pode alterar o preconceito e falsos julgamentos numa decisão tão importante. Não quero divulgar muita coisa sobre a sinopse, até porque estaria a dissecar um enredo muito envolvente para quem ainda não teve a oportunidade de ver este filme, mas tenho de mencionar a forma como Sidney Lumet aborda um tema tão controverso com uma mensagem poderosa, corajosa e que só está ao alcance dos melhores. Um dos personagens mais carismáticos deste filme, rompe com o preconceito e apoia-se mais nos factos e evidências do caso (tal como um detective) para perceber o que realmente aconteceu. Um filme fantástico que demonstra o poder da palavra e a coragem de um cidadão que nunca aborta a decisão inicial.

    Aliens - É preciso uma grande coragem para regressar a um local que só transmite más recordações. É isso que Ripley faz. Após a experiência horrorosa no LV-426, Ripley volta ao volta do crime para tentar acabar de vez com a raça dos Xenomorphs. Uma mulher apoiada por um arsenal explosivo contra aliens letais que quase nâo têm pontos fracos. Um acto heróico e louco que resulta num dos melhores filmes de ficção científica de sempre.

    Into the Wild - Um dos filmes mais marcantes e apaixonantes que já vi. Chris é um rapaz diferente e é isso que o torna tão especial. O materialismo não lhe desperta interesse, as relações humanas são meramente passageiras e o seu amor é a Natureza. Determinado em encontrar a paz interior, decide embrenhar-se no meio de uma floresta, com uma mochila às costas e pouca experiência, de forma a tentar perceber o mistério do nosso mundo. Fiquei preso à cumplicidade de Chris e à visão rebelde que este tem sobre a civilização. Ter um emprego é uma invenção do século XX, usar meias é uma obrigação educacional, o mundo cospe naqueles que desafiam as suas regras e os sentimentos de auto-realização são extremamente complicados e levam à tragédia. É um murro no estômago repentino que nos deixa a reflectir sobre o nosso propósito na sociedade e o que podemos fazer para alterar o que está errado. Uma fita que aprofunda o estudo sobre os fundamentos da vida e deixa a questão: Devemos realizar a nossa existência em redor do conforto do materialismo ou arriscar viver fora da sociedade e apenas com o que a natureza nos fornece?

    Clint Eastwood - Conhecido pela atitude heróica que demonstra nos seus filmes, Clint procura sempre abordar temas que honrem os homens que deram tudo pelo seu país, família ou interesses pessoais. É um realizador com atitude e raramente falha na tarefa de cativar o espectador.

    Cumprimentos!

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  5. Também gostei muito das tuas escolhas, André! É bom sermos tantos a participar, pois acho que nos vamos complementando uns aos outros. Os filmes que escolheste são todos marcos do cinema e, sem dúvida, todos representam coragem, cada um de uma forma diferente.
    Tenho que destacar o Into de Wild por ser um dos meus filmes preferidos - mudou a minha vida e a minha perspectiva em relação a muitas coisas. A história de vida do Chris é qualquer coisa... E a forma como o Sean Penn pegou nela foi extraordinária.

    Bons filmes!

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  6. FREDERICO DANIEL, Em geral também, sendo que concordo em especial com Eastwood e 12 Angry Men, ambos geniais e em que a coragem se revela, de facto, imensa.

    INÊS CEREJA, Antes de mais, todos devemos, acima de tudo, escolher, nesta ou noutra iniciativa, em consonância com a nossa consciência e o nosso gosto, e ainda que este possa, e deva, sempre evoluir. Tal como o fizeste, e bem, com as tuas escolhas. Posto isto e quanto a estas, gostei imenso, sobretudo, da preferência e da lembrança por Eastwood, realizador que muito estimo e que tem na sua filmografia autênticos retratos de coragem, entre outros valores. Identifico-me plenamente aqui. Também gostei em particular das reflexões que partilhaste. E obrigado, mais uma vez, pela participação e pelos comentários :)

    ANDRÉ VIEIRA, Obrigado pela colaboração e pelo contributo nesta iniciativa. Esperemos que seja a primeira de muitas (vontade extensível à Inês e a todos os convidados, está claro). De resto, penso que justificas bem as tuas escolhas, sendo que de todas talvez destacaria Eastwood e 12 Angry Men, este último genial e intemporal.

    Cumprimentos,
    Jorge Teixeira
    Caminho Largo

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