Oblivion (2013), Joseph Kosinski
Sujeito X: Já viste o Oblivion?
Sujeito Y: Já. Vi-o no fim-de-semana passado.
X: E então, gostaste? Qual a tua opinião?
Y: Mais ou menos. O filme até começa bem, tem ali boas premissas, o problema é que no fim se resume ao mesmo de sempre. Nada de novo.
X: Pois, também senti isso. Acaba por ser até frustrante, dado o potencial do conceito.
Y: Sim, tem potencial, ainda que tivesse de levar algumas voltas para não cair em algo já tão batido. Mas pronto, nem tudo é mau, eu gostei, por exemplo, dos cenários e da fotografia. Retratam bem o planeta destruído. Os efeitos especiais então nem se fala, muito bons.
X: Estão excelentes, sem dúvida.
Y: Mas atenção, não gosto de me deslumbrar com isso, nem tão pouco prestigiar um filme por essa vertente, embora claro que possa constatar o bom trabalho realizado nesse campo. Normalmente neste tipo de discussão faço um esforço e prefiro, numa perspectiva, avaliar a história e a sua adaptação, noutra, o aspecto inovador da realização. O resto é puramente acessório na maioria dos casos.
X: Sim percebo o ponto de vista, de qualquer modo nunca se pode esperar algo de verdadeiramente inovador neste tipo de filmes mais comerciais, não é?! Penso que se deve apreciar um filme segundo o objectivo para o qual foi realizado, ou para o tipo de público para o qual é direccionado.
Y: Claro, há que ter isso em conta, mas se reparares até assim não deixa de ser mais do mesmo.
X: Nisso estou de acordo.
Y: Por outro lado, é sempre bom termos em mente a verdadeira dimensão do cinema, senão às tantas estamos sistematicamente a tentar descobrir diferenças e a tentar qualificar um produto numa escala redutora, quando existe todo um mundo lá fora e diversas outras formas de abordar qualquer tipo de argumento. Há que ter noção, acima de tudo, da capacidade e da abrangência do cinema, que não se restringe apenas a Hollywood. Por isso, e para não escorregarmos para universos particulares, convém sempre equilibrarmos e, porque não, compararmos este com aquele filme, independentemente se são para o mesmo público ou não. Resfriamos muitas vezes euforias, assim como reconhecemos noutras situações mais-valias que não percepcionamos logo à primeira.
X: Compreendo. São visões. Pessoalmente, gosto de separar as águas, ainda que no final se fale sempre do mesmo, daquilo que, no fim de contas e fora de divergências, tanto gostamos - filmes. Mas voltando ao Oblivion, reténs alguma coisa que possa ser lembrado no futuro?
Y: Isso é sempre incerto, depende de muitos factores, inclusive exterior ao cinema. Eu diria que, ainda que se trate de um filme de ficção científica, não. Será um filme de domingo à tarde, para passar na televisão e para entreter um maior número de pessoas. Nada mais.
Nota: O conteúdo destas "Conversas" não reflecte, necessariamente, as opiniões dos autores do blogue.
Original. Gostei da abordagem.
ResponderEliminarPost muito original :)
ResponderEliminarMerecedor de uma menção no <a href="http://matinee-portuense.blogspot.com/2013/05/the-great-gatsby-2013.html>Matinée Portuense</a> (na crítica a THE GREAT GATSBY, de Baz Luhrmann).
Cumprimentos cinéfilos,
António Tavares de Figueiredo
Uma nova forma critica de filmes... nada mau.
ResponderEliminarYou have good ideas ;)
DAVID FURTADO, Obrigado. A abordagem é, de facto, diferente e, espera-se, agradável e interessante na leitura.
ResponderEliminarANTÓNIO TAVARES DE FIGUEIREDO, Obrigado pela menção. Fica, a propósito, a nota que nem sempre as opiniões expressas nestas conversas espelham as opiniões dos autores deste blogue. No caso até coincidem :)
NUNO PEREIRA, Sim também se poderá encaixar nesse âmbito, mas nem sempre assim o será, até porque estas "Conversas" poderão vir de qualquer lado - ouvidas, lidas, interpretadas, saídas da mente, etc. O importante será sempre reflectir sobre os assuntos abordados.
Cumprimentos,
Jorge Teixeira
Caminho Largo