10.4.13

Cenas (3)

Mar Adentro (2004), Alejandro Amenábar


Magnífico momento ou magnífica viagem aos confins interiores e exteriores da humanidade. De facto, por vezes é com o movimento e uma certa liberdade em percorrer um caminho que se dá uma revelação, e com isso uma abertura de espírito, que é tão necessária a quando de dificuldades ou simples limitações. Se no cômputo geral estamos perante uma divagação, um delírio pujante e denunciado, em particular, estamos na presença de uma escapatória, de uma fuga à realidade e, portanto, da consciencialização terrível e palpável. Este excerto aqui referenciado não é mais que um episódio, musicalmente acutilante, poderoso, abismal e fracturante de todos estes aspectos.

Inocente e criminosa ao mesmo tempo, a cena oferece-nos uma combinação de enquadramentos com movimentos de câmara num plano-sequência delicioso. Pode-se dizer que ainda há uma contaminação da vida quotidiana do lar pela natureza e pelo ar puro. É, pois por isto e muito mais, para ver e apreciar, seguir e contemplar, ou, simplesmente, olhar e deixarmo-nos levar. Quanto maior o salto, maior a queda, é certo, mas também é verdade que sem o salto ou o sonho que possibilita o mesmo, nunca haverá motivo, ambição, objectivo e esperança num dia melhor.

2 comentários:

  1. Com toda a justiça há que dizer que é um grande filme. Bom texto. abr

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  2. CARLOS BRANCO, Obrigado. É com toda a certeza um grande filme, sem dúvida.

    Cumprimentos,
    Jorge Teixeira
    Caminho Largo

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